Os acertos que as séries tem ao falar de Super Gente
Essa semana vai ao ar, nos Estados Unidos, os quatro episódios que formam o Mega Crossover das séries DC da CW. Caso você desconheça o que é o Mega Crossover, ele é o evento televisivo onde o elenco das quatro séries da CW que fazem parte do universo DC se reúnem para uma narrativa única dívida em quatro partes. Uma para cada série respectivamente. As séries são Supergirl, Arrow, The Flash e Legends of Tomorrow. O evento já acontece desde 2014, quando ainda eram apenas duas séries, e é uma tradição anual que só cresce a medida de novas séries do universo DC são incluídas na grade do canal.
Esse evento é uma das provas dos acertos que a televisão tem tido sobre o cinema quando o assunto é adaptação de quadrinhos. A DC causa discussões divididas e bem calorosas se ela é bem-sucedida ou não no seu universo cinematográfico. O mesmo não pode se dizer sobre as séries que são presentes no canal CW, elas são um bem recebidas pela crítica e receberam múltiplos prêmios vindos de votação popular, sendo algumas das mais populares séries atualmente. Talvez algumas pessoas critiquem por elas terem um tom mais juvenil, afinal são demarcadas como séries voltadas para o público jovem adulto.
E quero deixar bem claro que isso não é nenhum demérito. Essa é a parcela que essas séries querem atingir e isso é uma das vantagens que o cinema está começando a perceber agora. Existem diferentes tipos de público alvo e o cinema e as séries podem atingir a cada um deles. A pessoa que lê o Homem-Aranha do Miles Morales não é a mesma pessoa que vai ler O Justiceiro. Quem lê o quadrinho da Batgirl não é a mesma que lê Esquadrão Suicida. Os quadrinhos são diferentes, no entanto eu chego no cinema e é a mesma história apenas com um cara branco diferente. No começo, quando o retorno dos filmes de Super heróis eram novidades tudo bem, era legal, hoje em dia é só cansativo. Eu só rezei para que Homem de Ferro 3 acabasse e Thor: Ragnarok só fui pela Tessa Thompson.
Supergirl é uma série ensolarada, feliz. Com uma protagonista que aquece o coração só de você olhar para ela. E deixa eu contar que é isso que alguém com o S no peito deve causar. E não pense que por isso a série é superficial, a série aborda temas como o machismo e racismo estrutural, o que nos torna realmente um herói? É a super força e ser aprova de balas ou é algo mais humano. Na atual temporada estão deixando bem claro que a Supergirl é uma imigrante e refugiada que veio para Terra, outro tema que foi abordado brilhantemente. E para quem é cabeçudo de quadrinhos, vai perceber diversas vezes que eles pontuam a raiva que Kara possui, por que ela é a portadora do anel da tropa dos Lanternas Vermelhas, o anel da Raiva. Os produtores dessa série sabem o que estão fazendo.
Assim como os de todas as outras séries da CW. Séries que trazem diversidade em seu DNA, a primeira personagem parte da comunidade LGBT que foi apresentada no audiovisual, ou seja, incluindo cinema e séries foi em Arrow. A Sara Lance, atual capitã da nave de Legends of Tomorrow, é canonicamente Bi, onde já apareceu em relacionamento tanto com homens quanto com mulheres e usaram a palavra bissexual em cena com ela, algo raro.
Em Legends of Tomorrow existe uma cena linda onde dois personagens negros discutem a questão da escravidão em uma missão durante a Guerra Civil americana. Isso em meio a zumbis por que é possível ter um roteiro que aborde temas importantes e delicados e que não seja uma série superdensa e dramática ou mesmo cabeçuda.
E se você gosta de séries mais dramáticas e densas, tem também. Arrow tem uma pegada mais realística e dramática. Ou talvez você prefira acompanhar as séries da Marvel na Netflix. Que são séries muito mais realísticas e que abordam problemas que muitas vezes estão além da questão de superpoderes. Ou você prefere ver uma série familiar tipo Gifted no universo dos mutantes e X-MEN que aborda preconceito e faz muita gente rever seus próprios valores, devo dizer que em tempos de Trump é uma excelente metáfora para imigrantes tanto latinos quanto muçulmanos.
E ainda existe a mais nova estreia, Marvel’s Runaways, que você pode ler minha opinião sobre os três primeiros episódios aqui. Que é a mais pura definição de série de adolescentes superpoderosos.
É isso que eu quero ver no cinema, diversidade. Não apenas quando se trata de raça, gênero e sexualidade dos protagonistas e demais personagens retratados na telona. Eu também quero sobre como é abordado. Capitão America: Soldado Infernal é incrível por que é um filme de espionagem, estilo que a série de Agents of SHIELD adotou brilhantemente, Mulher Maravilha é um sopro de alivio por que literalmente trouxe cores pra DC e um protagonista que não era sofrido e atormentado. Homem Aranha – Volta ao Lar é um filme adolescente, por que é isso que é o Aranha, um adolescente meio fanfarrão e meio nerd.
Talvez quem faz cinema possa começar a olhar com um pouco mais de carinha para a televisão e séries de streaming, por que elas parecem no caminho certo e podem dar dicas valorosas. E se você ficou curioso pelo Mega Crossover da DC, não precisa se preocupar essa semana ainda terá uma review pronta desse evento.
Por Camila Cerdeira
Esse evento é uma das provas dos acertos que a televisão tem tido sobre o cinema quando o assunto é adaptação de quadrinhos. A DC causa discussões divididas e bem calorosas se ela é bem-sucedida ou não no seu universo cinematográfico. O mesmo não pode se dizer sobre as séries que são presentes no canal CW, elas são um bem recebidas pela crítica e receberam múltiplos prêmios vindos de votação popular, sendo algumas das mais populares séries atualmente. Talvez algumas pessoas critiquem por elas terem um tom mais juvenil, afinal são demarcadas como séries voltadas para o público jovem adulto.
E quero deixar bem claro que isso não é nenhum demérito. Essa é a parcela que essas séries querem atingir e isso é uma das vantagens que o cinema está começando a perceber agora. Existem diferentes tipos de público alvo e o cinema e as séries podem atingir a cada um deles. A pessoa que lê o Homem-Aranha do Miles Morales não é a mesma pessoa que vai ler O Justiceiro. Quem lê o quadrinho da Batgirl não é a mesma que lê Esquadrão Suicida. Os quadrinhos são diferentes, no entanto eu chego no cinema e é a mesma história apenas com um cara branco diferente. No começo, quando o retorno dos filmes de Super heróis eram novidades tudo bem, era legal, hoje em dia é só cansativo. Eu só rezei para que Homem de Ferro 3 acabasse e Thor: Ragnarok só fui pela Tessa Thompson.
Supergirl é uma série ensolarada, feliz. Com uma protagonista que aquece o coração só de você olhar para ela. E deixa eu contar que é isso que alguém com o S no peito deve causar. E não pense que por isso a série é superficial, a série aborda temas como o machismo e racismo estrutural, o que nos torna realmente um herói? É a super força e ser aprova de balas ou é algo mais humano. Na atual temporada estão deixando bem claro que a Supergirl é uma imigrante e refugiada que veio para Terra, outro tema que foi abordado brilhantemente. E para quem é cabeçudo de quadrinhos, vai perceber diversas vezes que eles pontuam a raiva que Kara possui, por que ela é a portadora do anel da tropa dos Lanternas Vermelhas, o anel da Raiva. Os produtores dessa série sabem o que estão fazendo.
Assim como os de todas as outras séries da CW. Séries que trazem diversidade em seu DNA, a primeira personagem parte da comunidade LGBT que foi apresentada no audiovisual, ou seja, incluindo cinema e séries foi em Arrow. A Sara Lance, atual capitã da nave de Legends of Tomorrow, é canonicamente Bi, onde já apareceu em relacionamento tanto com homens quanto com mulheres e usaram a palavra bissexual em cena com ela, algo raro.
Em Legends of Tomorrow existe uma cena linda onde dois personagens negros discutem a questão da escravidão em uma missão durante a Guerra Civil americana. Isso em meio a zumbis por que é possível ter um roteiro que aborde temas importantes e delicados e que não seja uma série superdensa e dramática ou mesmo cabeçuda.
E se você gosta de séries mais dramáticas e densas, tem também. Arrow tem uma pegada mais realística e dramática. Ou talvez você prefira acompanhar as séries da Marvel na Netflix. Que são séries muito mais realísticas e que abordam problemas que muitas vezes estão além da questão de superpoderes. Ou você prefere ver uma série familiar tipo Gifted no universo dos mutantes e X-MEN que aborda preconceito e faz muita gente rever seus próprios valores, devo dizer que em tempos de Trump é uma excelente metáfora para imigrantes tanto latinos quanto muçulmanos.
E ainda existe a mais nova estreia, Marvel’s Runaways, que você pode ler minha opinião sobre os três primeiros episódios aqui. Que é a mais pura definição de série de adolescentes superpoderosos.
É isso que eu quero ver no cinema, diversidade. Não apenas quando se trata de raça, gênero e sexualidade dos protagonistas e demais personagens retratados na telona. Eu também quero sobre como é abordado. Capitão America: Soldado Infernal é incrível por que é um filme de espionagem, estilo que a série de Agents of SHIELD adotou brilhantemente, Mulher Maravilha é um sopro de alivio por que literalmente trouxe cores pra DC e um protagonista que não era sofrido e atormentado. Homem Aranha – Volta ao Lar é um filme adolescente, por que é isso que é o Aranha, um adolescente meio fanfarrão e meio nerd.
Talvez quem faz cinema possa começar a olhar com um pouco mais de carinha para a televisão e séries de streaming, por que elas parecem no caminho certo e podem dar dicas valorosas. E se você ficou curioso pelo Mega Crossover da DC, não precisa se preocupar essa semana ainda terá uma review pronta desse evento.
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