Havia uma Pixel Show no meio do caminho do design
Conheci o design quando tive que optar entre ele e administração para
fazer o ensino técnico na minha cidade, com 16 anos. Escolhi baseada na
descrição do curso que abrangia, fotografia, arte, entre outras coisas que eu
me interessava e assim surgia uma trilha, que ainda tem muito chão pela frente
e nessa estrada finalmente encontrei a Pixel Show.
Por Alessandra Costa
Sempre foi um sonho conhecer a feira da criatividade, até então nunca
tinha sido possÃvel e só hoje, quando completo 10 anos nessa estrada é que esse
sonho foi realizado e foi muito melhor assim. Com a bagagem da experiência já
um pouco maior do que a da ansiedade de um iniciante, consegui me identificar
melhor com as palestras que assisti e extrair o melhor delas.
A começar pela palestra do Estúdio Colletivo de Design, que me chamou a
atenção por se chamar “Nós falhamos”.
Entre vários trabalhos maravilhosos que eles mostraram estava por trás
uma história de sucesso e de frustrações também. É possÃvel falhar de várias
formas, seja por inexperiência, por empolgação demais ou até mesmo por
criatividade, acredite! E isso não precisa ser uma fator destrutivo, mas um
fator construtivo, a falha ensina, renova e até mesmo pode nos tornar mais
criativos.
Foi bom sentir que não estou tão distante de um estúdio tão talentoso,
temos a falha em comum e a vontade de sermos melhores. Minha falha por exemplo
foi ter tido medo de ter novas experiências profissionais, se eu não tivesse me
arriscado, talvez nem estivesse escrevendo para o Preta Nerd hoje, não é? Mas
cá estou!
Seja como consumidora onde detêm 85% do poder de compra, seja como
personagem da propaganda, onde 65% das mulheres não se sente representada ou
como criativa, onde representam apenas 20% nas agências de publicidade.
As contas não batem. Quem movimenta o mercado, não tem poder para ditar
o que deseja ver na propaganda e ainda tem de engolir machismo, aliás, pagar
por ele.
No mundo da criação, mulheres precisam provar que não são apenas um
rosto bonito, que podem criar para qualquer tipo de mercado, seja de pneus a
absorventes e combater uma cultura que dissemina e reafirma com orgulho esses
pré conceitos a todo momento.
A plataforma More Grls surge como uma grande suporte, uma vitrine para
fazer reluzir ainda mais o talento de grandes profissionais ofuscadas pelo
machismo, reforçando a ideia de que a união entre mulheres sempre vale a pena.
Finalmente, no segundo e último dia de evento me dediquei a desbravar as
atividades fora das palestras. E que perfeita união entre a praça de
Alimentação e o palco! Enquanto recarregava as energias, conheci bandas novas
que podem ser a trilha sonora de novas criações na minha vida.
Conheci os ilustradores que sigo, que levam com seriedade e beleza a
bandeira da diversidade mais além e fui apresentada a tantos outros
ilustradores fantásticos e pude ver ainda mais claramente essa interligação
entre o design, a arte, o artesanato, a música e todo o nosso potencial
criativo que pode mover o mundo e se é pra mover, que mova para transformações
sociais, ressaltando que nosso potencial é maior quando celebramos as
diferenças.
Comente!