Star Wars – Perseguição Ao Jedi [Resenha]
** Esse Texto Não Contem Spoilers!!
Star
Wars na minha casa sempre foi algo muito grande, meus pais cresceram vendo os
filmes clássicos. E por consequência eu cresci ouvindo as histórias de Ben
Kenobi, por que sim naquela época era Ben e não Obi-Wan Kenobi. Meu pai sonhava
com a possibilidade de ver o Yoda lutar e ele chorou no cinema quando esse
sonho se tornou real.
Por Camila Cerdeira
Essa
é a família onde eu cresci, o universo que forma Star Wars é algo importante,
eu sempre fui intrigada por como aquele universo chegou aquele ponto, como a
rebelião surgiu, como os jedi chegaram ao fim quais são os alcances que a força
pode ter. Atualmente em 2018 temos a trilogia prequel, a nova trilogia com Rey
e Finn, mas por muitos anos tudo que tínhamos era o Universo Expandido que
falando assim pode parecer pouco, mas era muitos livros.
Com
o novo cânone, que é tudo produzido desde o Episódio VII – O Despertar Da Força
todos aqueles livros que faziam parte do universo expandido deixaram de ser
oficialmente canônicos, porém não deixaram de existir e passaram a ter o rótulo
de Legends, o que significa que eles são lendas dentro do universo de Star
Wars, histórias contadas de pessoa em pessoa, aumentada aqui ou ali, talvez
inventada dentro daquele universo fantasioso.
Um
dos livros que faz parte do Legends é Perseguição Ao Jedi, livro publicado pela
editora Universo dos Livros, uma das nossas parceiras. Um livro que se passa
pouco tempo depois do Episódio III – A Vingança dos Sith, acompanhamos Jax
Pavan, um cavaleiro Jedi humano que sobreviveu ao ataque ao templo Jedi. Ele
faz parte de um grupo de resistência chamado Whiplash liderados por Thi Xon
Yimmon, um Cereano. E destruir Whiplash e capturar seu líder é a prioridade do
Imperador Palpatine, enquanto que Darth Vader tem como prioridade a destruição
de Jax Pavan, que ele acredita ser o último jedi vivo.
O
que eu sempre amei sobre o universo expandido, agora Legends, é que são grandes
fanfics no melhor uso da palavra. São histórias de fãs que cresceram com aquele
universo e deram continuidade por si mesmos. Então se você espera nesse livro
ler o roteiro de um filme clássico de Star Wars com perseguições de
espaçonaves, grandes lutas de sabre de luz e explosões, eu sinto informar que
você vai sair decepcionado.
No
entanto se você estiver com a mente aberta. Esse livro está para a saga dos
Skywalkers o que Soldado Invernal está para o MCU. Temos aqui uma história de
espionagem, um thriller policial no meio das estrelas e o mais importante, uma
história sobre relembrar os motivos do porquê ser resistência em tempos tão
sombrios quando tudo e todos estão contra nós e como encontrar aquela esperança
para continuar.
Além
disso o livro consegue expandir a compreensão do que é a força. Ele foi
publicado em 2013, pós a trilogia prequel, por tanto as infames midichlorians
já existiam, entretanto, o livro coloca a necessidade delas para que de fato alguém
tenha a presença da força em cheque, abrindo um leque de possibilidades. Além
disso conhecemos outros usuários da força. Larath Tarak é uma paladina cinza,
temos contato com o clã da Montanha Cantante formados por Bruxas de Dathomir.
Do lado Sith temos os Inquisidores, Probus Tesla em particular chegar a ter
foco narrativo.
E
cada um deles mostram diferentes dimensões e compreensões do que é a Força e de
como ela pode ser usada. E aqui fica bem evidente a influência da cultura
asiática, temos um bonsai que é extremamente significativo, o líder da
Whiplash, Thi Xon Yimmon apesar de ser de uma raça alienígena é claramente
codificado como alguém asiático e a forma como Pavan se conecta com a força ao
longo do livro tudo sempre se aproxima muito da cultura oriental.
Além
das questões da força, como disse, esse livro é mais um livro de espionagem, se
tivesse que comprar com algum filme da franquia sem sombra de dúvidas seria com
Rouge One. O Império ainda é uma instituição política recente, está em seu auge
de força e aqui vemos quão complicado é manter uma resistência, como muitas
vezes egos se colocam na frente levando planos a ruínas, como vinganças
pessoais podem prejudicar uma missão inteira.
É
uma constante intriga política de nunca saber realmente quem é confiável e quem
está do seu lado. Onde pode haver agentes infiltrados de ambos os lados e as
medidas de segurança nunca são o suficiente, especialmente quando você é
obrigado a lidar com grupo contrabandistas ou mercenários que não são fieis a
ninguém além de seus próprios bolsos.
O
ritmo da narrativa justamente por ser quase uma perseguição psicológica e não
uma grande aventura de lutas e explosões é lento e o início é bem arrastado,
mas gradativamente o livro pega ritmo e do meio para o final você não quer
lagar a leitura até terminar.
Para
fãs desse Star Wars que querem conhecer outros lados desse universo tão rico e
do comportamento da força, esse livro é uma excelente recomendação e uma ótima
companhia para um fim de semana de férias.
Comente!